9.7.09

Caras da saudade


Foi só falar alto: no dia em que postei a foto com Rubens, Juan, Ricardo e Rafa, eu já sabia que Ricardo estava chegando. E, no mesmo dia, fiquei sabendo que o Rafa também vinha.

Até fizemos um esforço pra trazer o baianinho, mas na vaquinha só juntamos uns ticket alimentação e um vale-transporte. E o avião tá caro, moço!!!

Fomos a Santo Amaro conferir a situação do Criador, e vai tudo bem, como vocês podem conferir no vídeo abaixo.



Nosso sábio consultor para assuntos astrológicos ou de qualquer outra natureza, Carlos Asp, também marcou presença e alegrou um pouco mais estes dias de confraternização.

O mesmo ocorrendo com o grande nhoqueiro Daniel "el Gordo" Zappia, a contribuir com nossas altas taxas de felicidade e colesterol.

Até mesmo o velho parceiro de sempre desentocou! Seja sempre bem vindo, Matias, o amigo distante mais próximo... Porque esse negócio de ter a galera por perto é bom demais da conta, oxe!!

Indiscrições infantis

Outro dia fui à Ressacada com meu sobrinho, oito anos de idade. A noite era fria, o jogo foi ruim, o Avaí tomou de 3 e ainda pegamos um baita engarrafamento pra voltar pra casa. Mas tudo bem, quando saímos de casa já estávamos conscientes de todos os riscos que corríamos. Só os dilatados 3x0 foram além das piores expectativas.

Mas o que passou de mais notável, foi na volta pra casa. Mudos que nem uma parede, como costuma ocorrer com os torcedores do time que perde em casa, pensávamos na dureza que tem sido a vida do Avaí. E, súbito, Francisco resolve compartilhar suas angústias:

- Mas afinal, Mica, pra que serve o futebol?

Ó, raios!!! Essa é difícil. Mas o que dizer para uma criança? Pior, para um jovem torcedor, que naquele momento vê seu elo com o futebol quase rompendo, pois não enxerga a razão daquilo. Pensei, num átimo, em três respostas.

1ª - O futebol é um esporte. E nos esportes, os praticantes buscam saúde física e mental. A saúde física vem como resultado dos diversos exercícios realizados durante a prática esportiva e de seus reflexos fisiológicos. A saúde mental vem do grau de diversão e relaxamento que as atividades lúdicas proporcionam. E esse é o primeiro futebol que apaixona. Pelo toque na bola, pelo drible, pelo chute, pelo gol.

2ª - Além de um esporte, o futebol é uma profissão. E os profissionais buscam a realização profissional. Quer dizer, no caso específico de um jogador de futebol: conquista de títulos por equipe e individuais, conquista de objetivos. Tipo o Maradona, que disse que tinha um sonho: jogar um mundial pela seleção e ser campeão¹. E esse futebol também apaixona, mas apaixona o torcedor. Pelas histórias humanas de superação, pelos pequenos times que derrubaram gigantes, pelas goleadas históricas...

3ª - Mas, também, não se pode negar, o futebol é um negócio. E, nos negócios, os envolvidos buscam o lucro. Nesse caso, o do futebol, o negócio é cruel. Certamente, um mercado tão asqueroso quanto o de diamantes. Os patrocínos obscenos, os salários imorais, os direitos de imagem, o 'bicho', as premiações, as Ferraris dos jogadores, a notoriedade dos ninguéns que dirigem as instituições futebolísticas, os jogos de cartas marcadas, os juízes vendidos... Esse é o pior futebol.


Optei por falar do futebol como esporte... O menino vai crescer e ter contato com os fatos na medida do seu discernimento. Mas que me deixou de novo com aquela pulga atrás da orelha, ah, deixou...


Só que sábado a gente vai estar lá de novo. Que nem nesse vídeo que coloquei, durante a comemoração de uma virada do Leão pra cima do Tigre. Gol do Odair nos acréscimos... Esse Avaí faz coisa!!!!


Até a próxima!


¹- A propósito de Maradona, recomendo um documentário sobre ele, feito pelo Kusturica. Não lembro o título, mas devo dizer que é muito mais do que sobre um jogador de futebol. É o testemunho de uma época. Vale a pena.

Sobre isso aqui mesmo


Então, um blog. E quê diachos significa isso?

A rotina atual me tem aberto os olhos para essa ferramenta relativamente nova. O conjunto de revoluções nas comunicações, em velocidade meteórica, torna difícil observar, absorver e processar a gama de informações que nos chegam por todos os lados, e ainda mais difícil compreender a profunda dimensão de todas essas revoluções. Mas me esforço em tentar uma singela classificação, com o fim específico de chegar a alguma coisa - que não se sabe ao certo o que é...

De um lado, temos as 'ferramentas' revolucionárias. De outro, temos os 'veículos' revolucionários. Estes, só existem em companhia daqueles. Aqueles, existem apenas para estes. E a revolução se processa na simbiose entre ambos os lados. Ou seja, tem a ver com aquele negócio que o David Gilmour falava sobre os críticos do Pink Floyd. Diziam que o som deles era bom só porque eles tinham os equipamentos mais modernos (e aí queriam, implicitamente, dizer 'os equipamentos mais caros e inacessíveis aos meros mortais que não tiveram os mesmos pais ricos dos membros de Pink Floyd'). Mas Gilmour dizia que aquelas músicas, que tanto sucesso faziam, foram criação das suas 'cabeças', e não de seus 'equipamentos', e que não adiantava nada ter equipamentos bons sem o devido talento para deles tirar belos sons. Da mesma forma, Pink Floyd não seria o que conhecemos sem o acesso àqueles equipamentos.


Isto posto, prossigamos.

Vou concentrar meus esforços em uma 'ferramenta' revolucionária. A rede mundial de computadores.

Foi através da internet - não exclusivamente, mas potencialmente - que Obama tornou-se presidenciável. Pela internet, também, teve um canibal alemão que encontrou seu 'jantar'... E pela internet são organizadas diversas manifestações públicas de grupos pró-isso ou anti-aquilo. Por causa da internet (e dos celulares), nunca mais recebi um telegrama. E meu dicionário teve que abrir espaço pro 'mouse', pro 'modem', pra 'clicar'... E o que dez anos atrás precisava de uma semana pra ser realizado, atualmente se realiza de um dia pro outro. As relações interpessoais (das mais diversas naturezas; amizades, namoros, encontros casuais, ou mesmo brigas, conspirações e espionagens) sofreram brutais modificações. O mesmo acontecendo com a vida profissional de boa parte do mundo. Indiretamente, inclusive, a de TODO mundo, raríssimas exceções - aqueles que conseguem sobreviver fora do sistema.

Ou seja: se há uma ferramenta revolucionária com uma transcendência absurdamente absurda, essa ferramenta é a internet. O rádio e a televisão pecam pelo acesso pouco democrático. Não são muitos os proprietários de emissoras de TV... E através da telefonia se atinge um público muito pequeno. Conclui-se que a facilidade de acesso e o vácuo de regulação legal sobre os conteúdos (ou a ausência de censuras, se preferir) são os principais elementos que fazem da internet essa ferramenta vigorosa.


E são essas as razões porque abri esse blog.

Agora, o que eu pretendo veicular nele, ou 'pra que lado vai apontar essa revolução', tem sido uma questão bem mais complexa. A fase, inicial, é de testes, experimentações. Já vi que esse negócio de uma seção com periodicidade fixa não vai dar certo... E deixar pra escrever só quando se tem uma brilhante idéia também não é legal - vai faltar assunto. Portanto, agora, as postagens deverão ser mais constantes. E, por isso mesmo, rasas, curtas e imperfeitas. Tipo um descarrego, sabe? Botar pra fora. A idéia - quer dizer, ideia - é comunicar, aproximar. Comunicar, semanticamente, significa 'tornar comum', ou 'do conhecimento de todos'.

Depois, a interação. No final das postagens, tem um botãozinho para meus eventuais leitores deixarem seus comentários. Ouvindo o eco, saberei pra que lado devo ir.



Bueno, tá dito. Vamos ao que interessa!

Até o próximo 'post'!

23.6.09

Caras da saudade


Começando pela esquerda - pra ser coerente -, vemos o futuro embaixador Beleboni, o eterno político Nieves, o adeva Freiberger, o caixeiro viajante que vos escreve, e o pajé-mor Messias.

Essa foi uma de tantas despedidas; no caso, do eminente jurista, rumo à boa terra da Bahia. A perna de ovelha e os litros de vinho foram a guarnição para as horas vespertinas. Depois, a caminho da estação ('estação' fica bem melhor que 'rodoviária'...), aquela chuva que sempre faz parte das despedidas. E, na derrocada da noite, a festa já tomou ares melancólicos.

Salvo engano, essa formação não voltou a se juntar. Meados de 2007, talvez julho...



('Caras da Saudade' é o nome da seção que será publicada neste espaço todas as terças-feiras; contribua com sugestões)


18.6.09

Vida e Morte de Nicolau, o Peru


Ele se chama - ou melhor, é chamado - Nicolau. Quando se vê excitado, ruborizam aquelas pelancas que ele tem no papo. No dia dessa foto, ele fazia de tudo para cercar aquelas oito pessoas, de modo que não pudessem chegar perto de suas duas peruas. Sim! Nicolau não é muçulmano mas é bígamo!!! Tem, em seu terreiro, duas reboleantes e emplumadas peruas à disposição...

Mora no Campeche, é famoso pelas bandas. Quem passa em frente ao terreno dá logo aquele assobio agudo e longo. Provocador demais para Nicolau, que glugluglu responde, projetando a estranha cabeça pra frente, enquanto o pescoço fica todo esticado e as pelancas vermelhas balançando... Nicolau é muito dado à interação com os humanos. As crianças o adoram, até quando ele corre atrás delas. Afinal de contas, ninguém pode se aproximar das peruas!!

Mas Nicolau vive sob tensão. Porque sabe ter os dias contados. Não pode, por exemplo, ouvir 'Jingle Bells'. 'Noite Feliz', então, é o maior dos sarcasmos com o bichinho. Nicolau estará à mesa no próximo Natal. Ou, mais apropriadamente utilizando o vernáculo, estará 'na' mesa... Fará os humanos ainda mais felizes e terá cumprido sua missão, deixando as duas peruas responsáveis por sua descendência.

17.6.09

Big Bang

Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim.
Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim.
Meu mundo é hoje não existe amanhã pra mim
Eu sou assim, assim morrerei um dia.
Não levarei arrependimentos nem o peso da hipocrisia.
Tenho pena daqueles que se agacham até o chão
Enganando a si mesmos por dinheiro ou posição
Nunca tomei parte neste enorme batalhão,
Pois sei que além de flores, nada mais vai no caixão.
Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim.

(palavras do Paulo César que eu gostaria de ter dito antes dele, mas o que importa é que tá dito)